Entrevista com Krolzinha, streamer e comentarista da MissClick TV
- canalrapage
- 5 de dez. de 2019
- 3 min de leitura
Fala, galera! Além das notícias fictícias para entretenimento, nosso portal também será um ótimo espaço para que as pessoas conheçam os responsáveis pelo cenário do DOTA 2 no Brasil. E nada melhor do que a boa e velha entrevista. Para começar com o first blood perfeito, conversamos com a Krolzinha, player e comentarista oficial sobre o DOTA 2. Alguns assuntos interessantes sobre o atual cenário, seus pensamentos e convicções. Segue a entrevista!
Rãpage: Uma pequena introdução sobre quem é a Krolzinha. Qual é o seu nome, sua idade, mora em qual cidade?
Krolzinha: Ana Carolina, 28, sou mineira, mas moro no RJ.
Rãpage: Estuda? Trabalha? Com o que?
Krolzinha: Engenharia de Petróleo e Gás. Atualmente apenas como comentarista de Dota e fazendo streams.
Rãpage: Vamos falar um pouco de Dota. Como conheceu o jogo? Quando começou a jogar?
Krolzinha: O Dota 1 através dos meus primos e o Dota 2 através de amigos que indicaram o jogo. Dota 2 em 2012.
Rãpage: Qual é o seu MMR?
Krolzinha: 5900.
Rãpage: Joga em qual função? Sempre jogou nela?
Krolzinha: Offlaner. Eu cheguei a jogar como HC (hard carry) no time feminino, mas minha role preferida é offlane.
Rãpage: Por que decidiu fazer a stream? Foi lazer ou sempre levou como uma oportunidade de trabalho?
Krolzinha: Eu comecei como lazer, mas obtive um retorno muito bacana do público e por isso decidi profissionalizar um pouco mais a stream.
Rãpage: Há quanto tempo você trabalha com isso? Se houve algum incentivador, quem foi?
Krolzinha: Há uns 4 anos. Sim, meus amigos, principalmente o Protoboard, sempre foi muito importante pra mim nesse quesito.
Rãpage: Como é ser comentarista de Dota 2?
Krolzinha: É muito gostoso e interessante. A gente começa a se atentar pra detalhes que até então passavam despercebidos e também é divertido trabalhar com a equipe.
Rãpage: O que você está achando do novo patch?
Krolzinha: Estou amando. Mudanças são essenciais pra manter o jogo interessante pra comunidade.
Rãpage: Mudando de assunto e entrando um pouco no cenário geral do Dota, o que você pensa sobre o atual cenário do Dota BR?
Krolzinha: É difícil dizer, ainda acho que falta muito pra atingirmos um alto nível de Dota, a ponto de trazer um TI pros brasileiros, mas fico feliz com a resiliência dos players e os times que estão jogando as qualifiers agora. Já o CB (Campenato Brasileiro de Dota) foi um torneio muito bacana, talvez falte justamente isso pro cenário melhorar, mesmo que seja em visibilidade.
Rãpage: Por que falta incentivo no Dota BR em relação a outros games, por exemplo, LOL e CS?
Krolzinha: Dizendo resumidamente acredito que pela indiferença da Valve, e pela comunidade ser pequena, o que faz com o que o Dota não seja um jogo interessante pra investidores e nem muito atrativo pra novos players.
Rãpage: O que você acha que falta para o cenário BR de Dota ser mais competitivo em um nível mundial?
Krolzinha: Humm, talvez falte mais torneios regionais, mais dedicação, não sei. É uma pergunta difícil, mas temos players muito bons, porém ainda não se organizaram da forma como deviam. Talvez falte uma cabeça que guie o time, como um coach (exemplo - Heen) que liderasse e tentasse organizar as ideias. Sinto que nos times brs ficam batendo cabeça e não conseguem se entender entre si. Não conseguem aproveitar 100% de cada um por se atropelarem nas ideias.
Rãpage: Ainda falando sobre o cenário de Dota, sabemos que existe uma cultura machista nele. O que você acha disso?
Krolzinha: Sim, existe, infelizmente. As vezes é bem incômodo, mas creio que já aprendi a lidar com isso.
Rãpage: Já sofreu ou sofre algum tipo preconceito por ser uma garota jogando? Se sim, conte um pouco de como é/foi? Os players costumam ser muito tóxicos?
Krolzinha: Já, diversas vezes. Até mesmo pelo meu mmr. Mesmo deixando disponível meu Dotabuff, mesmo jogando em live, mesmo caindo com várias pessoas conhecidas nas rankeds, eu escuto muita coisa ruim e machista. É algo que a gente tem que enfrentar, não tem jeito.
Rãpage: Por que você acha que falta mulheres jogadoras no competitivo de Dota 2? Falta de incentivo por parte das organizações ou algum outro fator?
Krolzinha: Creio que falta de interesse das mesmas em se profissionalizar no Dota. O cenário não é algo muito promissor, é difícil realmente se tornar um jogador profissional e viver disso. Então acredito que faltam players no geral, não só mulheres. Somos minorias ainda, e talvez pelo peso que é pras mulheres ainda, falta vontade de enfrentar essas barreiras do machismo pra tentar chegar nesse patamar.
Rãpage: Agora umas perguntinhas rápidas:
Melhor jogador?
Krolzinha: Br - Dunha1 - Geral - Abed
Rãpage: Time favorito?
Krolzinha: Alliance
Rãpage: Um hero que você gosta?
Krolzinha: Axe
Rãpage: Um hero que você odeia?
Krolzinha: Tinker
Rãpage: Um streamer?
Krolzinha: Lelis
Rãpage: Para finalizar, o que você tem a dizer para quem quer alcançar um nível alto de Dota e entrar para o competitivo?
Krolzinha: Não desistam, a caminhada é difícil.
Rãpage: E para as pessoas que estão lendo essa entrevista?
Krolzinha: Não sejam tóxicos =)
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